Em todo o mundo, a falta de higiene está a deixar as crianças doentes e a colocar as mães e os respectivos bebês em risco nos hospitais e a impedir que as raparigas permaneçam seguras e saudáveis no período menstrual. Isso não deveria ser normal.

Promover o comportamento higiênico é difícil porque envolve a mudança de hábitos e o questionamento das normas tradicionais. Mas quando não há água suficiente para beber e cozinhar, quanto mais usar para lavar, somos forçados a fazer uma escolha entre o que é essencial e o que não é.

Assim, a promoção da higiene tem que andar de mãos dadas com o acesso à água potável e aos sanitários decentes, pois, somente com todos os três elementos essenciais podemos reduzir doenças.

Promovendo a Higiene Menstrual
Graça Chavano, Professora em Beluluane, Maputo, tem estado a ensinar questões de higiene menstrual na escola.
Image: WaterAid/Arao Valoi

Para lidar com esta situação, investigamos os factores determinantes dos comportamentos de higiene e das normas sociais e usamos processos criativos para desenvolver pacotes de promoção de higiene que sejam relevantes e atractivos e envolventes para o nosso contexto.

Fatos e estatísticas

Moçambique perde 4 mil milhões de Meticais por ano por causa do saneamento deficitário, o equivalente a USD 130 milhões. Este montante é equivalente a USD 6 por pessoa por ano, ou 1.2% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional.

  • 9 milhões de moçambicanos utilizam latrinas não seguras ou compartilhadas;
  • Mais de 9 milhões não têm nenhuma latrina e praticam o fecalismo a céu aberto;
  • O fecalismo à céu aberto é 4 vezes mais comum na população pertencente ao quintil mais pobre que a população pertencente ao quintil mais rico;
  • Só o fecalismo a céu aberto custa a Moçambique USD 70 milhões anuais;
  • O custo económico do saneamento deficitário recai mais nos mais pobres;
  • Os custos adicionais incluem: custos de epidemias, despesas funerárias, poluição da água, desenvolvimento cognitivo, turismo, entre outros. Fonte: Water and Sanitation Program (WSP - África)

Higiene Menstrual

A menstruação continua sendo um tabú e mito em Moçambique. A falta de acesso à informação correcta sobre menstruação, a falta de infraestruturas e materiais adequados faz com que muitas mulheres e raparigas não gozem na plenitude dos seus direitos à saúde, à educação e à dignidade.

Entenda mais sobre as nossas intervenções >

Promovemos saneamento liderado pela comunidade, envolvemos agentes locais na promoçao da saúde, construimos blocos sanitários inclusivos e envolvemos matronas no NHM.

Promoção de gestão de higiene menstrual

Engajamos o governo, professores, alunos e comunidades na Gestão de Higiene Menstrual, fazendo com que seja colocada como prioridade nas escolas.

Gestão de resíduos sólidos

Treinamos e equipamos membros da comunidade para a recolha de lixo nas áreas peri-urbanas, onde os serviços públicos municipais não chegam e, daí, ganhar alguma renda.